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quinta-feira, abril 18, 2024

Febre amarela – Infectologista orienta sobre a vacinação

Infectologista/vacinação/febre amarela

Os casos de febre amarela registrados em Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo têm deixado a população do país em alerta. O Brasil vive o maior surto da doença desde 1980. Na última semana, a Organização Mundial de Saúde (OMS) emitiu um comunicado sobre o risco de a doença se espalhar pela América do Sul. A infectologista da Unimed Manaus, Eda Chagas, ressalta que a vacinação é a principal forma de prevenção contra a doença. Mas, segundo ela, somente as pessoas que moram ou vão deslocar-se para áreas de risco, devem vacinar-se, neste momento.

Eda Chagas orienta às pessoas que já receberam uma dose da vacina, para imunizar-se novamente 10 anos após a data da aplicação. As que já receberam duas doses, a recomendação do Ministério da Saúde é de que não precisam mais repetir a vacina ao longo da vida.

De acordo com a médica, a vacina começa a proteger a partir do décimo dia após a imunização, ou seja, quem pretende viajar para áreas de risco deve procurar um posto de saúde com antecedência. A vacina para febre amarela é contraindicada para crianças menores de seis meses, gestantes, pessoas que tenham alergia a ovo de galinha e seus derivados e pacientes com HIV com imunidade comprometida e câncer em estágio avançado.

A infectologista explica que a febre amarela é uma doença infecciosa grave, causada por um vírus chamado Flavivirus. A doença apresenta-se sob duas formas: a febre amarela urbana, transmitida pelo Aedes aegypti, assim como dengue, chikungunya e Zika vírus; e a febre amarela silvestre, disseminada pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que vivem em áreas de floresta. “O surto que está ocorrendo no país é de febre silvestre. O Brasil não registra casos de febre amarela urbana desde 1942”, afirmou.

A febre amarela silvestre acontece quando uma pessoa que nunca tenha contraído a doença ou tomado a vacina, circula em áreas de floresta e é picada por um mosquito infectado. Se a pessoa infectada circular no meio urbano e for picada pelo Aedes aegypti, o mosquito torna-se vetor de transmissão da doença, na cidade. “Uma pessoa não transmite a doença diretamente para outra. Sempre será necessário o mosquito”, acrescentou.

Eda Chagas frisa que os primeiros sintomas da doença são febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos, que ocorrem por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara e quando acontece pode causar insuficiência hepática e renal, icterícia (olhos e pele amarelados), hemorragia e cansaço intenso. “As pessoas que apresentarem algum desses sintomas devem procurar uma unidade de saúde e informar sobre qualquer viagem que tenham feito para áreas de risco, nos 15 dias anteriores. Devem também informar se observaram morte de macacos próximo aos lugares que visitaram e, ainda, se já tomaram a vacina contra febre amarela”, detalhou.

A especialista diz que não há nenhum tratamento específico contra a febre amarela. “O médico trata os sintomas, como as dores no corpo e cabeça, com analgésicos e antitérmicos. No caso do diagnóstico positivo para febre amarela, o paciente deve evitar remédios como AAS e aspirina, porque o uso desses medicamentos pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas”, disse ela.

Conforme Eda Chagas, apesar de não haver registro de febre amarela urbana é preciso combater o mosquito transmissor,Aedes aegypti. “É dessa forma que a população vai manter-se protegida contra a doença e todas as outras que são transmitidas por esse mosquito”, alertou.

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