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quinta-feira, março 28, 2024

Qualidade de vida das comunidades indígenas aumentou nos últimos sete anos

Oferecer serviços de saúde para a população indígena em locais de difícil acesso é uma das missões do Ministério da Saúde. Por isso foi criada em 2010, a Secretaria Especial de Saúde Indígena, a Sesai, que é responsável pelo cuidado dos povos indígenas no âmbito do SUS. Esse atual modelo de gestão da saúde indígena foi uma reivindicação das comunidades que, até então, não acreditavam receber os cuidados adequados. A comunidade de Belém do Solimões, no Amazonas, por exemplo, é uma das maiores aldeias do Brasil com população estimada em sete mil indígenas. Lá, os primeiros cuidados eram feitos por voluntários da própria comunidade que aprendiam o básico com profissionais de saúde. Esse é o caso do Waldmar da Silva, que aprendeu a realizar os primeiros socorros com uma enfermeira no começo da década de 1990.

“Primeiro meu trabalho era braçal aqui, como agente de saúde. Depois quando terminava todo dia o trabalho, ela me chamava para ensinar como faz sutura, que seja em um pano né, ensinava como que dá nó, como aplicar injeção. E daí quando ela saiu eu trabalhava sozinho”.

Luis Nazario também é um dos indígenas de Belém do Solimões que recebeu um curso para cuidar do povo da região. Durante quase vinte anos foi o único a tratar da saúde bucal da comunidade. “Eu estudei 90 dias, 90 dias lá em Benjamin Constante. Por que naquele tempo não tinha médico, não tinha enfermeiro, não tinha técnico. Porque nós trabalhávamos o Waldermar e eu, só duas pessoas. Eu mesmo garanto meu trabalho, não ganha nada, voluntário de doze anos, voluntário”.
Com a reformulação nos cuidados da saúde indígena, um dos grandes desafios é reduzir a mortalidade de bebês e crianças menores de cinco anos. E, de segundo o Coordenador Distrital de Saúde Indígena na região, Weydson Pereira, essa é justamente uma das conquistas dos últimos sete anos, graças aos esforços do Ministério da Saúde e a gestão do Distrito Sanitário Especial Indígena.

“Hoje nós temos uma equipe mais completa nos polos base. Temos embarcações em todos os polos base, embarcações de potência, as aldeias que nunca tinham barco hoje têm e o melhor, o indicador de saúde que melhorou muito. E hoje não tem descontinuidade do serviço lá, ou seja, tem equipe vinte e quatro horas, 365 dias do ano. Então toda aquela aparelhagem e organização que não se tinha antes e nem condições de fazer uma remoção adequada ou coisa parecida, hoje nós temos. E aí o que nós ganhamos com isso, o que a população ganhou: redução da mortalidade infantil”.
Para mais informações sobre saúde indígena, acesse o portal do Ministério da Saúde: www.saude.gov.br.
Reportagem, Janary Damacena.

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