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quinta-feira, março 28, 2024

Alto consumo de açaí impulsiona empresas amazonenses, que já exportam para outros países

O açaí, fruto da região amazônica, conquistou os paladares de todo o mundo. Países como Estados Unidos, Portugal e Inglaterra estão entre os importadores do produto. A grande procura tem impulsionado empresas amazonenses, que já estão exportando para fora do país a polpa de açaí e o produto industrializado, pronto para ser consumido.

É o caso da Açaí no Ponto. Criada em 2012, a empresa amazonense já atende o mercado local e nacional e desde o final do ano passado passou a exportar para a Inglaterra e México a polpa congelada e a garrafa de açaí. No Brasil, ela abastece cidades como Salvador, Belo Horizonte e Belém.

O empresário Caio Costa, proprietário da empresa, diz que a exportação era um desejo antigo e que após todo o processo de estruturação, o negócio está preparado para se expandir e alcançar novos mercados. “O açaí possui grande potencial internacional e estamos trabalhando para aumentar nossa capacidade de produção”, disse ele.

O fruto amazônico também é o carro chefe da empresa Açaí Rei, que exporta seus produtos para Portugal e Finlândia, há três anos. “A meta agora é expandir os negócios para outros mercados”, ressaltou o empresário Aroldo Duarte, proprietário da empresa.

A Açaí Rei exporta a polpa do fruto em embalagens de um, cinco e dez quilos. Além disso, também tem opções de 235 ml e 3,6 litros. No mercado nacional, a Açaí Rei abastece cidades como Fortaleza, Natal, São Paulo Rio de Janeiro e Brasília. Aroldo considera como um dos grandes diferenciais da empresa o modelo de gestão que adota, focado em parcerias, em toda a cadeia produtiva. “Essas parcerias, que vão desde o agricultor até as cooperativas, têm nos permitido atender com qualidade os clientes”, acrescentou.

Suporte – Para conseguir alcançar novos mercados as duas empresas contam com o suporte do Programa de Qualificação para Exportação (PEIEX). , Lançado há um ano pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex – Brasil), mas rodando desde o ano de 2015 em parceria com a UniNorte Laureate, o programa atende diretamente 149 empresas amazonenses. Vinte delas já estão enviando seus produtos para o mercado internacional. As demais estão em processo de implantação das melhorias sugeridas, após diagnósticos, pelos técnicos extensionistas do PEIEX/AM para estruturação interna, e para que possam dar início às exportações de acordo com o tratamento administrativo e exigências para entrada no mercado externo.

O PEIEX tem como objetivo principal preparar as pequenas e médias empresas para o comércio internacional, por meio de treinamentos, atendimento personalizado e oportunidade de participação em rodadas de negócios com investidores de outros países. A meta é que, até outubro deste ano, 146 empresas estejam capacitadas para atuar no mercado exterior. O PEIEX já é executado em 16 estados, em parceria com instituições de ensino ou de pesquisa, como é o caso do UniNorte Laureate.

De acordo com a coordenadora do Núcleo do PEIEX no Amazonas, Olinda Marinho, o potencial de exportação das empresas do estado é muito grande, principalmente, nos setores de alimentos, bebidas, cosméticos, biojóias e fitoterápicos. “Além das que já estão exportando, existem mais de 100 sendo capacitadas e com grande potencial para iniciar em breve o atendimento ao mercado internacional”, explicou.

A Frigopesca é outra empresa amazonense que já está comercializando seus produtos para o exterior, com o apoio do PEIEX. Desde o ano passado, a Frigopesca exporta para o Vietnã, Colômbia e Estados Unidos. A empresa iniciou suas atividades em 1993, no município de Manacapuru, fazendo beneficiamento do pescado da região amazônica. Atualmente, já comercializa em vários estados brasileiros.

Uma empresa que ainda está se estruturando, mas que possui grande potencial para exportação, é a Cafessaí, também atendida através do PEIEX. O produto é um chá feito a partir de sementes selecionadas de açaí, torradas e processadas.

A ideia é do empresário Charley Oliveira, filho de produtores de açaí de Codajás. O município é considerado o maior produtor de açaí do Amazonas. Charley explica que, depois de retirada a polpa, as sementes do açaí são descartadas, não têm uma destinação, exceto para uso em produtos artesanais, mas o aproveitamento é muito pequeno. “Se levarmos em consideração que somente o município de Codajás produz por ano 28 mil toneladas do fruto, o desperdício é muito grande”, frisou. Existe algo, mais positivo para destacarmos?

Em 2004, quando Charley ainda morava em Codajás, ele resolveu testar a produção da bebida, seguindo o mesmo princípio da torra do café. Após anos de pesquisas e testes, em 2012 ele chegou a um produto final. “Apesar de saber que o produto tinha potencial de mercado, não dei continuidade à produção nessa época. Somente no ano passado foi que resolvi investir de fato nesse negócio”, contou.

Em breve, segundo ele, o Cafessaí estará disponível em cafeterias de Manaus. “A ideia é que, no futuro próximo, possamos enviar para outros estados brasileiros e para o exterior”, afirmou.

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