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quinta-feira, março 28, 2024

Embrapa realiza série de treinamentos para popularizar o Nutrisolo

O aplicativo visa auxiliar agricultores rurais no processo de recomendação de adubação e calagem do solo para as culturas de abacaxi, banana, citros e mandioca no Amazonas

Popularizar o aplicativo Nutrisolo é um dos objetivos da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). Para tanto, serão organizados treinamentos com profissionais a fim de que se tornem disseminadores do aplicativo junto aos agricultores da capital e dos municípios do interior.

Lançado no mês de Maio, o Nutrisolo tem por finalidade oferecer auxílio aos agricultores rurais no processo de recomendação de adubação e calagem do solo para as culturas de abacaxi, banana, citros e mandioca no Amazonas. Os treinamentos serão voltados aos técnicos agrícolas, engenheiros agrônomos e profissionais de extensão do quadro profissional da própria Embraga e também de outros órgãos públicos, com atuação no setor primário, como é o caso do Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) e da Secretaria de Produção Rural do Amazonas (Sepror).

O critério básico para utilização do aplicativo é que se tenha em mãos o resultado da análise química do solo em que se deseja efetuar o plantio de uma das quatro culturas. “Depois, basta selecionar a cultura desejada, clicar na opção Recomendação, inserir os valores, clicar no botão Resultado e uma tela será aberta com a recomendação de calcário para ser aplicado antes do plantio, de adubo para uso durante o plantio e em cobertura, após o plantio, com todos os períodos definidos”, explica o analista de Tecnologia da Informação da Embrapa Amazônia Ocidental e coordenador do projeto, Marcos Salame.

O app também conta com ferramentas de cálculos que ajudam na obtenção de informações adicionais, como por exemplo, de calagem por alumínio e por saturação de base; cálculo dos espaçamentos simples e duplo para obter o total de plantas em um hectare; bem como de conversão de Nitrogênio, Fósforo e Potássio para as formulações mais utilizadas no mercado. O analista de TI enfatiza que, no caso das conversões, foi identificado que os laboratórios que realizam a análise química não utilizam as mesmas unidades de medida. “Com isso, o aplicativo contém uma diversidade de conversões de unidades de medida”, afirma.

Manejo adequado – Agricultores com informações suficientes podem utilizar o Nutrisolo de maneira prática, contudo, se tiverem alguma dificuldade, devem procurar técnicos agrícolas, engenheiros agrônomos ou profissionais da área de extensão rural para auxiliá-los. A pesquisadora da Embrapa Amazônia Ocidental, Mirza Carla Normando, especialista na cultura de banana e uma das responsáveis por fornecer os subsídios técnicos ao Nutrisolo, afirma que esta orientação técnica é importante, desde o processo de coleta de solo para que o resultado seja confiável, até a interpretação e a emissão de dados direto no aplicativo para que sejam gerados os resultados da recomendação.

Segundo a pesquisadora, o Amazonas possui solos “pobres”, sendo que um percentual alto da população pratica a agricultura, mas em geral sem fertilizante e sem o uso de técnicas de correção de solo, portanto, o aplicativo é apontado como uma evolução diante desse cenário. Contudo, ela alerta para o fato de que não adianta seguir os procedimentos orientados para o uso da ferramenta sem que outras atividades necessárias no processo de manejo das culturas sejam realizadas para obter boa produtividade.

No caso da cultura da banana especificamente, tudo o que está recomendado no aplicativo é para uma quantidade de, no máximo, três plantas por cova. Sendo assim, se um produtor deixa um bananal entoiceirar, não faz a retirada de folha e nem corta o coração do cacho na época adequada, provavelmente a planta não responderá à produtividade esperada, mesmo com todo o custo de adubação que se terá com base na recomendação do aplicativo.

Mirza Normando explica ainda que a escolha pelas culturas do abacaxi, banana, citros e mandioca para a composição da primeira versão do app ocorreu devido à série de pesquisas disponíveis, iniciadas há muitos anos, sobre o processo de nutrição dessas plantas. De acordo com a pesquisadora, esses estudos deram origem às tabelas que tratam de aspectos sobre os nutrientes que cada cultura retira do solo, a quantidade necessária na fase de desenvolvimento das plantas e de produção dos próprios frutos e ainda, o que é necessário na pós-colheita visando à preparação para novo plantio. “Precisamos finalizar as pesquisas relacionadas a outras culturas, adequar os resultados à linguagem do aplicativo e gerar novas versões”, salientou.

Apoio da Fapeam

A proposta do aplicativo foi originada de um projeto de Iniciação Científica desenvolvido na Embrapa, que contou com a participação dos alunos de Graduação Rodrigo da Silva do Nascimento e Francisco dos Anjos Tavares, os quais contaram com bolsas concedidas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).

Marcelo Salame diz que, durante o desenvolvimento do software, foram realizados diversos tipos de testes, incluindo o de certificação de execução das funcionalidades. Ao final, foi feita a validação por técnicos do Idam, com alto índice de satisfação. Também participaram do projeto como responsáveis por subsidiar as informações técnicas, os pesquisadores da instituição Marcos Vinícius Bastos Garcia e Inocêncio Júnior de Oliveira, além de Mirza Carla Normando.

Durante a solenidade de lançamento do aplicativo, o diretor-presidente da Fapeam, Edson Barcelos, enfatizou que a missão da Fundação é transferir conhecimento científico para o campo e que o foco é dar continuidade aos projetos com o objetivo de promover o desenvolvimento do Estado.

Novas versões do Nutrisolo devem ser lançadas

O coordenador do projeto esclarece que existe a pretensão de lançar novas versões do Nutrisolo, com novas funcionalidades e provavelmente, outras culturas agrícolas. Ele faz questão de enfatizar que o software foi idealizado com base na realidade amazônica, por isso, da opção de adotar o formato off line (sem a necessidade de conexão com a Internet), com pouco megabytes de armazenamento e baixo poder de processamento.

“O aplicativo funciona em aparelhos celulares antigos e novos e ainda, é compatível com várias versões de Android”, afirma o analista de TI, o qual complementa: “Ele é bem flexível e adaptável para que possa atender ao maior público possível”. Para baixar o aplicativo, basta acessar: https://play.google.com/store/apps/details?id=br.embrapa.infes.

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