A confiança dos Pequenos e Médios Empresários brasileiros diminuiu no terceiro trimestre de 2018, de acordo a Pesquisa IC-PMN, realizada pelo Insper e o banco Santander. O número caiu 3,09% em relação ao trimestre anterior.
No segundo trimestre do ano, a confiança dos empresários tinha alcançado a maior média, desde 2009, e atingiu 70,65 pontos. Enquanto para o terceiro trimestre, a média ficou em 68,46.
O professor do Insper, e pesquisador responsável pelo IC-PMN, Gino Olivares, explica que o contexto de greve do país, em maio, pode ter sido o maior influenciador para este resultado.
“Na nossa visão, esse recuo neste terceiro trimestre, foi consequência, basicamente, dos acontecimentos de maio, da greve dos caminhoneiros. Houve uma paralisação da atividade econômica do país, praticamente dez dias, com os desdobramentos imediatos dessa greve dos caminhoneiros, que não foram favoráveis. Não só pelo lado do governo, como variação da população que acabou apoiando a greve dos caminhoneiros desde o princípio, mesmo tendo os prejuízos que teve.”
De acordo com os organizadores da pesquisa, os empresários estão mais eficientes em 2018, em termos de custos e produção e estão começando a investir mais nos negócios, mesmo que tenham incertezas.
As cinco regiões brasileiras participaram do IC-PMN, enquanto Sudeste e Centro-Oeste não apresentam grandes mudanças nos níveis de confiança, as regiões Nordeste, Sul e Norte registraram as maiores quedas, com mais de 6% cada. O professor Gino Olivares explica que os pesquisadores não reconheceram motivos explícitos das quedas.
“A gente esperava uma queda forte em todas as regiões, porque afinal o evento foi de repercussão nacional. E ficamos, de fato, surpresos com o fato de que a região Sudeste a queda foi mínima, e no Centro-Oeste teve uma ligeira melhora. Mas nas outras regiões teve uma queda forte.”
A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas telefônicas com 1356 pequenos e médios empresários de todo o país dos setores da indústria, comércio e serviços. A margem de erro é de 1,4% para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
Reportagem, Sara Rodrigues