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terça-feira, abril 16, 2024

Exposição ‘Religare – Relíquias de Rita’ evoca a arte e a trajetória de Rita Prossi

Interativa e poética, exibição revela as inspirações da designer de biojoias amazonense na natureza, na religiosidade e no lendário amazônico; abertura será no sábado (02)

A arte e a trajetória de Rita Prossi são o mote da exposição “Religare – Relíquias de Rita”, a ser inaugurada neste sábado (2/12), a partir das 18h, na Galeria do Largo. Por meio de instalações interativas e poéticas, a exibição apresenta ao público um pouco das grandes fontes de inspiração da designer de biojoias amazonense: a natureza, a religiosidade e o lendário da região amazônica.

Após a abertura, a mostra na Galeria do Largo fica em cartaz até o final de janeiro de 2018, com visitação gratuita sempre de terça-feira a domingo, das 13h às 19h. A exibição conta com o apoio do Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (SEC).

Com curadoria do artista plástico Nelson Falcão, “Religare – Relíquias de Rita” vai além de uma exposição de peças e acessórios, convidando os visitantes a imergir no processo criativo de Rita Prossi. Composta de instalações e ambientes interativos, a exibição compõe um percurso pela história de vida e pela trajetória profissional da criadora, trazendo no caminho algumas peças icônicas do catálogo de Rita, e também de artesãos e estilistas com quem ela trabalhou ao longo da carreira.

“Essa exposição trata das minhas relíquias não no sentido de riquezas materiais, palpáveis, mas das minhas lembranças, das minhas primeiras inspirações, que guardo como tesouros”, resume a designer amazonense. “É uma viagem no tempo para a minha infância, de como tudo começou e de como surgiram minhas primeiras influências”.

Interativos – Para compor o trajeto de Rita, a mostra traz diferentes espaços, cada qual revelando aspectos da vida e da obra da artista. Por exemplo, a infância no Paraná da Eva, em Itacoatiara (a 269 quilômetros de Manaus), marcada pela intimidade com a natureza, vem à tona num ambiente sensorial, onde o público pode caminhar sobre sementes e outras texturas naturais, e sentir o aroma de ervas como canela e capim santo. Uma obra da artista Guta Mendonça compõe ainda o espaço.

“Minha preocupação era fugir de uma leitura comercial da obra da Rita, e por isso comecei a explorar o seu processo criativo. Assim fomos até a infância dela, dona de uma história de vida fantástica, de relação com a natureza e com os Encantados, que tem a ver com minha própria história. Ela foi contando suas histórias, e a partir disso fomos construindo uma ‘timeline’ poética”, explica Falcão.

Seguindo essa “timeline”, outro ambiente traz duas árvores interligadas por um símbolo do infinito em espiral. Numa delas, os visitantes podem colher matérias-primas comuns como sementes e fibras, e compor seus próprios acessórios. As peças prontas serão deixadas na árvore ao lado, numa forma de oferenda devolvida à natureza. “Ela dá significado ao renascimento”, explica Rita.

Religiosidade, lendas e misticismo – A inspiração na religiosidade e no lendário amazônico aparece em outro espaço, onde uma instalação com cestos de palha e colares de fibras de tucum e pedras naturais representa a lenda do surgimento da noite a partir de uma semente de tucumã. Na mesma sala, estarão réplicas de biojoias emblemáticas de Rita.

Também nesse espaço serão exibidas obras de artistas com quem Rita trabalhou em sua carreira. Caso de Maria Brasil, responsável pela série Anjos Guardiões da Floresta; Elizeu Souza, com a Cruz dos 500 Anos; João Bosco Carvalho, com os Standards dos 4 Elementos; Rayssa Mendonça, com ilustrações para poesias; além da própria designer, com uma mandala dos quatro elementos.

Os elementos – Água, Fogo, Terra, Ar – são ainda tema de outro espaço, que terá criações de cinco estilistas convidados: Kelly Maia, Alzira Silva, Eliane Cabral, Luciane Amazonas e Emone Peccini. As criações, todas elaboradas com tecidos e aviamentos sustentáveis, aparecem ao lado de um colar gigante, de autoria dos artistas José Gustavo Ramos e Luziene Andrade.

Complementando os ambientes, estarão diversas poesias de Rita, revelando uma de suas facetas menos conhecidas, além de informativos sobre a história da joalheria e conteúdos em texto e vídeo contando a trajetória da designer.

Conexões – Como o nome sugere, “Religare” – “religação”, do latim – também busca, num escopo mais amplo, conectar diversos facetas de Rita Prossi e sua obra. Para Nelson Falcão, a amazonense representa a junção de diferentes formas de criar ou, por assim dizer, traduzir o mundo.

“Ela fica no limiar entre o artesão, o designer e o artista. A arte, o artesanato e o design são áreas afins, mas há um certo distanciamento entre elas. Na obra da Rita encontrei uma ligação entre essas três linguagens”, explica o curador.

Para Rita, “religare” trata-se também de mostrar como inúmeros aspectos da vida se conjugam por meio do ato de criar. “Não é só mostrar a Rita designer de joias, mas também a poetisa, a mulher do interior que se inspira na natureza e quer compartilhar essa inspiração com outras pessoas. Busco unir o design, o artesanato, a moda em meu trabalho”, declara ela. “Meu universo criativo vai além do simbólico, das etnias; ele liga o mundo todo”.

Conceitos à parte, “Religare” também estimula o público a refletir sobre a (necessária) harmonia entre o homem e a natureza, principalmente em se tratando de Amazônia: “Temos de ser naturalmente amazônicos, buscar levar essa identidade em tudo que fazemos na Amazônia. O mundo olha para nós nesse momento, e precisamos mostrar que a Amazônia precisa ser preservada e mostrada de forma honesta”.

Para mais informações sobre essas e outras ações, projetos e atividades desenvolvidas pela Secretaria de Estado de Cultura, acesse o Portal da Cultura (www.cultura.am.gov.br). Confira também os perfis do órgão nas redes sociais Facebook (facebook.com/culturadoamazonas), Twitter (@SEC_Amazonas) e Instagram (@secretariaculturaamazonas).

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