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quinta-feira, março 28, 2024

INDUSTRIAL DO ANO 2018 – FIEAM e CIEAM destacam exemplos de empreendedores industriais amazonenses

Com quase R$ 600 milhões faturados em exportações, no ano passado, a Recofarma Indústria do Amazonas recebeu, nesta quinta-feira, 17, o diploma de Exportadora do Ano, concedido pela Federação das Indústrias do Estado do Amazonas (FIEAM). O título foi um dos destaques da cerimônia do Mérito Industrial 2018, promovido em conjunto com o CIEAM (Centro da Indústria do Estado do Amazonas) que homenageou o empresário Claudio Barrella, da empresa Tutiplast, como Industrial do Ano, e a empresária Jane Ferreira, da Amazon Doces, como Microindustrial Destaque do Ano. O evento contou com a presença do ministro do Trabalho, Helton Yomura, e muitas autoridades locais.

Foi o reconhecimento, disse o presidente da FIEAM, Antonio Silva, daqueles que ajudam a mover a economia, a gerar emprego e renda e a produzir de forma cada vez mais competitiva no Estado. Ele cobrou do governo a continuidade das reformas econômicas e institucionais, e também mais atenção para com a Amazônia, “onde está inserido o modelo de desenvolvimento que conseguiu a manutenção da biodiversidade em grande parte do seu território”.

Empresa reconhecida pelo trabalho em defesa do meio ambiente, a Recofarma, pertencente à The Coca-Cola Company, recebeu, pelo 7º ano consecutivo o título de maior exportadora do Polo Industrial de Manaus (PIM), somando, em 2017, um montante de R$ 599.289.610,86 em exportações para cinco países da América Latina: Colômbia, Venezuela, Paraguai, Uruguai e Bolívia. A empresa acumulou R$ 7 bilhões em divisas para o país nos últimos dez anos.

Ao receber o diploma, o vice-presidente de Finanças da Coca-Cola Brasil, Alexandre Fernandes, destacou as exportações para a Venezuela como maior importador de concentrados e que acabou sofrendo uma queda no consumo no último ano por conta da crise. “Nós tivemos que desenvolver novas estratégias com a crise na Venezuela, trouxemos outros países, como a Bolívia, e aumentamos as exportações para o Uruguai, de forma que conseguíssemos manter o nosso patamar de exportação”, disse.

Com 100% dos insumos agrícolas oriundos do Amazonas, representando quase 2/3 do total de insumos utilizados na produção dos concentrados, a Recofarma gera 11 mil empregos diretos e indiretos no estado, segundo Fernandes.

“Geramos impactos na capital investindo R$ 130 milhões na ampliação da nossa fábrica de concentrados, sob a certeza de que o país retomará o crescimento e que precisamos estar prontos para atender à demanda futura dos nossos consumidores”, frisou.

Alexandre Fernandes reafirmou o compromisso de crescimento de forma sustentável lado a lado com o Estado. “Sabemos que para isso será necessário muito trabalho e diálogo para que alcancemos a tão almejada segurança jurídica do polo de concentrados. Toda nossa energia e esforços estarão dedicados neste sentido e assim garantir perenidade da nossa parceria com o Estado e a sociedade amazonense”.

A demanda para destravar a adoção de PPBs e reverter para a região pelo menos parte dos recursos arrecadados pela Suframa junto às empresas locais, no caso da Zona Franca de Manaus (ZFM), esteve entre as pautas levantadas pelo presidente da FIEAM, Antonio Silva.

“Precisamos estar unidos junto com os nossos representantes da bancada no Congresso Nacional para evitar que as possíveis alterações na Constituição, por conta das mudanças das regras tributárias, afetem de maneira destrutiva as vantagens comparativas do modelo Zona Franca”, disse ele, enfatizando que não serão toleradas fraudes a incentivos fiscais e nem ameaças à ZFM. “Cabe às instituições fiscalizadoras investigar irregularidades e julgar os envolvidos”.

Para o ministro do Trabalho, Helton Yomura, há muito que melhorar nas leis, principalmente na trabalhista, mas que hoje isso não é mais um problema e sim solução. Ele salientou que no último dia 15 de maio, foi publicado no Diário Oficial um parecer da Advocacia Geral da União (CGU) dando caráter normativo às novas leis trabalhistas, que passam a ser aplicadas aos novos e antigos contratos. Ele diz que fará o que for necessário para trazer a paz social e a segurança jurídica.

Destaque para Zona Franca de Manaus

Eleito “Industrial do Ano 2018”, o diretor da Tutiplast, Claudio Barrella, tem uma história de vida ligada à Zona Franca e ao PIM, onde atua há mais de 40 anos. Segundo ele, o reconhecimento da FIEAM põe em evidência não só o subsetor termoplástico, onde sua empresa se situa, mas também todos os representantes do polo de componentes.

“Sou um defensor do nosso modelo ZF que muitos sabem foi o modelo que inspirou o crescimento econômico chinês. Apesar de estarmos no meio da floresta, longe dos grandes centros, temos um parque industrial altamente desenvolvido que hoje é referência nacional”, disse Barrella.

Além da Tutiplast, Barrella fala com orgulho de duas aquisições recentes, há pouco mais de dois anos, as empresas Springer Plásticos, também instalada no PIM, e a Norplast, no interior da Bahia, operações que ajudaram a assegurar, na época, aproximadamente 400 postos de trabalho. “A Springer seria fechada, me senti na obrigação de comprá-la, garantir o emprego daquelas pessoas e dar continuidade nesse segmento tão importante para economia do estado do Amazonas”.

O apoio do CIDE (Centro de Incubação e Desenvolvimento Empresarial) foi fundamental para o crescimento da Amazon Doces, empresa que ganhou destaque com a eleição de sua proprietária, Jane Ferreira, como Microindustrial Destaque do Ano.

“O CIDE fez parte do meu início profissional aqui na capital. Em 2012, o presidente da casa, na ocasião, Sr. Neilson Cavalcante, acreditou no caráter inovador do meu produto, que hoje é um dos carros-chefes de vendas, as jujubas de cupuaçu com mangarataia”, relembra a empresária que permanece até os dias de hoje com sua matriz residente no local.

A empresária destacou que mesmo com as dificuldades enfrentadas diariamente pelos microempresários, em particular os amazonenses, permanece otimista com o aumento de 20% na produção em relação a 2017.

“Se me perguntarem o porquê de eu sentir que somos merecedores desse prêmio, terei o orgulho de dizer que o nosso trabalho árduo e a perseverança nos fizeram acreditar e realizar um sonho”, disse a empresária, que considera o prêmio um mérito não individual, mas para a Amazon Doces e seus colaboradores.

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