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segunda-feira, março 18, 2024

Instituto Federal do Amazonas oferta curso inédito em comunidade indígena no Baixo Amazonas

No processo seletivo, candidatos puderam realizar prova de redação na língua Sataré-Mawé. Ação foi inédita no país.

Atender a demanda da educação escolar indígena é uma das missões do Instituto Federal do Amazonas (IFAM). E na última sexta-feira, 16 de março, 36 alunos da etnia Sateré-Mawé de sete comunidades indígenas: Ilha Michiles, Nova Esperança, Vale do Quiinha, Belo Horizonte, Vila da Paz, Nova Jerusalém e Monte Horebe participaram da aula inaugural do curso técnico EJA/PROEJA em Agroecologia na Ilha Michiles, localizada no município de Maués (distante 253 km de Manaus).

O IFAM é a primeira instituição de ensino a adentrar na comunidade e a ofertar um curso que respeite as especificidades dos indígenas. O curso está sendo ministrado pelo IFAM Campus Maués na comunidade Ilha Michiles, seguindo os conceitos da pedagogia da alternância, ou seja, as aulas serão ministradas em módulos e os professores se deslocam por um período até a comunidade e depois retornam ao campus.

Segundo a coordenadora do curso, Darlane Saraiva, os Saterés já aguardavam ansiosos pela oportunidade de qualificação. “Desde 2014 estivemos tratando sobre os moldes de um curso que atendesse a demanda escolar indígena. Hoje, podemos resumir essa trajetória em apenas uma palavra: conquista! O Campus Maués encarou o desafio pedagógico e, principalmente, logístico para suprir a necessidade do povo indígena na região”, destacou a coordenadora.

O reitor do IFAM, Antonio Venâncio Castelo Branco, ressaltou as dificuldades que os amazônidas enfrentam pelo sonho da qualificação acadêmica e profissional. “Não é fácil levar promover a educação no Amazonas. Enfrentamos diversos desafios, desde o logístico até mesmo a ausência de escolas com Ensino Médio em comunidades do interior e nesse sentido o IFAM torna-se primordial no atendimento dos anseios das populações tradicionais”, informando que muitos desacreditavam na possibilidade de estudo dentro da aldeia indígena.

A ESCOLHA DO CURSO

A demanda por Agroecologia partiu da própria comunidade Sateré-Mawé. Segundo a coordenadora do curso, durante as visitas técnicas foi constatado que havia a questão da escassez de alimentos. “Identificamos a questão da fome dentro da comunidade. Por isso, a Agroecologia tornou-se uma opção ainda mais viável e coerente para ser desenvolvida junto a esse público. Além disso, nós docentes ganhamos muito com esse intercâmbio interdisciplinar, o crescimento profissional é imensurável”, disse Darlene.

AULA INAUGURAL

Estiveram presentes na aula inaugural, o reitor do IFAM, Antonio Venâncio, o diretor-geral do Campus Maués Elias Souza, os membros das lideranças indígenas, o secretário municipal de Educação, João Libânio Cavalcante, o representante da Prefeitura de Maués, Luiz Carlo Dinelly e representando a Câmara de Vereadores, a vereadora Macely Veras.

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