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segunda-feira, março 18, 2024

Ligue 180 registra 78 casos de feminicídios até julho

Nos primeiros sete meses deste ano, o Ligue 180, Central de Atendimento à Mulher, registrou 78 casos de feminicídios e 665 tentativas de assassinatos de mulheres. De acordo com dados divulgados pelo Ministério dos Direitos Humanos, a cada 3 minutos e 50 segundos, o Ligue 180 recebe uma denúncia de violência contra a mulher.

O ligue 180 recebe as denúncias de violência e, com serviço humanizado, acolhe e registra as manifestações, faz os encaminhamentos e dissemina informações sobre a Lei Maria da Penha, os Direitos da Mulher e seu amparo legal. O número é único em todo o país e a ligação é gratuita.

De acordo com a secretária Nacional de Políticas para Mulheres, Andreza Colatto, o feminicídio foi definido legalmente em 2015 como assassinato de mulheres por motivos de desigualdade de gênero e tipificado como crime hediondo.

“O feminicídio é o homicídio doloso praticado contra a mulher, por razões da condição de sexo feminino, ou seja, é um homicídio praticado desprezando, menosprezando, desconsiderando a dignidade da vítima enquanto mulher, como se as pessoas do sexo feminino tivessem menos direito do que as do sexo masculino.”

E é por meio do 180 que é possível esclarecer sobre os tipos de violências que as mulheres sofrem. Por exemplo, violência física, doméstica, sexual, moral, patrimonial, obstétrica, contra a mulher imigrante, emigrante e refugiada, cárcere privado e crimes cibernéticos.

A ONG Artigo 19 decidiu analisar os dados abertos disponibilizados sobre violência contra a mulher e feminicídio, em março deste ano, com o intuito de contribuir para maior visibilidade do problema e de suas dimensões, assim como possibilitar que a sociedade civil monitore políticas públicas desenhadas para combater esse tipo de violência.

Segundo a assessora de projetos na área de Acesso à Informação da Artigo 19, Bárbara Paes, por meio desta análise feita pela ONG, algumas recomendações foram feitas.

“Seria padronizar as variáveis coletadas, ou seja, é preciso que nos diferentes estados o poder público esteja coletando o mesmo tipo de informação, para a gente poder fazer um panorama padronizado no Brasil. A próxima coisa seria a institucionalização de uma base de dados nacional sobre o tema. A outra coisa é melhorar a coleta desses dados.”

O importante é ressaltar que nós também podemos ajudar a denunciar. O Ligue 180 atende denúncias de qualquer natureza e não só de violência física. Então, se você é mulher e algum homem te xingou, te expôs, ameaçou, intimidou, forçou a fazer algo que você não queria, assediou ou bateu, pegue o telefone e disque 180.

Reportagem, Cintia Moreira

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