Uma área do Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj Semiaberto), desativada em abril deste ano, será utilizada para a construção de um novo presídio do regime fechado, o Compaj 2. O anúncio foi feito na manhã desta quarta-feira (20) pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap). O local, na Zona Rural de Manaus, deve oferecer 900 novas vagas para detentos.
A Seap diz que o projeto da obra vai impossibilitar que os presos realizem ações para cavar túneis ou tocas para esconder armamento e objetos proibidos.
Para a construção do Compaj 2, o governo pretende usar cerca de R$ 70 milhões, sendo R$ 65 milhões para a obra e os outros R$ 5 milhões para mobília, tecnologia e equipamentos de segurança e fiscalização.
A tecnologia que será utilizada para a construção é a mesma empregada no Complexo Penitenciário de Canoas (PECAN-1), localizada no município de Canoas, no Rio Grande do Sul, com concretagem de alta resistência com fibras de vidro e de polipropileno.
Segundo anunciado pela pasta, a unidade de Canoas é feita de celas pré-moldadas. “Durante a visita à empresa foi constatado que a mesma possui produtos em estoque e diversas peças pré-montadas, o que facilitaria a entrega em um menor prazo, pois 60% da obra da unidade é industrializada”, informou.
A tecnologia da obra utilizada no Rio Grande do Sul permite também que os agentes penitenciários que atuam na unidade não tenham contato direto com os internos para movimentações e procedimentos de abertura e tranca das celas, nos momentos em que os presos têm direito a banho de sol, visitas ou saída para atendimentos médicos e audiências em fóruns.
Além do acesso aos comandos das celas, a passarela onde apenas os agentes têm acesso guarda as caixas dos serviços elétricos e hidráulicos da unidade, impossibilitando que os presos tenham contato com esses mecanismos das redes de energia e hidráulica. O secretário da Seap afirmou que isso vai agregar uma sensação de segurança maior para os agentes, direção da unidade, secretaria e para o próprio Estado
Presos condenados
A unidade do Compaj 2 será destinada ao regime fechado. Todos os presos do atual regime fechado serão transferidos para o Compaj 2 assim que a construção da nova unidade for concluída.
O Amazonas possui um déficit de 88% de vagas no Compaj, que é atualmente a unidade que abriga 854 presos condenados.
A construção do Compaj 2 tem como objetivo atender o planejamento do Governo do Estado em ampliar e reformar o Compaj, inaugurado em 1982